Olá, sacudos!
Neste post, será abordado o o golpe no saco escrotal do macho a partir do entendimento enquanto uma cultura ou subcultura.
A cultura pode ser entendida, de forma ampla, como “o conjunto de práticas, símbolos, significados, comportamentos e representações partilhados por um grupo social ao longo do tempo.”
Assim, ao olhar para o "ritual" do golpe no saco escrotal masculino, pode-se perceber o quanto há certos padrões que atendem essa definição. Vamos olhar:
1- O golpe no saco escrotal é recorrente – aparece em diferentes sociedades e momentos históricos;
2- O golpe no saco é compartilhado – todos entendem o significado ou a implicação de um golpe nessa região;
3- O golpe no saco é simbólico – remete à virilidade masculina, fragilidade dos testículos, honra do macho, poder masculino, punição etc.;
4- O golpe no saco é reproduzido e aprendido – em cursos de defesa pessoal, em escolas, filmes, séries, conversas, músicas, piadas, desenhos;
5- O golpe no saco é polissêmico – pode ser brincadeira, castigo, defesa, fetiche ou humor, dependendo do contexto.
Assim, é possível dizer que o golpe no saco pode ser um fenômeno cultural específico. Ele recebe nomes específicos em contextos diferentes:
1- Ballbusting: no contexto sexual;
2- Golpe na virilha, no escroto, na região escrotal, nos genitais masculinos: lutas, esportes etc.;
3- Chute/Soco no saco: nas conversas do dia a dia.
Participam dessa cultura, cantores - homens principalmente (veja aqui), atores e diretores (ex: Ryan Reynolds em DeadPool), ou seja, um conjunto de indivíduos que ajudam a perpetuar o golpe no saco no imaginário da sociedade.
Há filmes em que homens são golpeados nas bolas das mais diversas formas, sendo por mulheres e outros homens, jovens, garotos e garotas, até há filmes com crianças golpeando essa região com um sentido cômico, ou seja, ensinando desde cedo a potente técnica de golpear essa região do macho.
Há com certeza fatores sociais predisponentes:
- protuberancia: o volume que o saco e as bolas causam em calças, shorts, roupas masculinas em geral, principalmente quando a pessoa usa roupas mais coladas e apertadas. A protuberância é convidativa ao golpe, pois salta aos olhos.
- a região propícia onde se localiza: está ao alcance de quase todos os golpes (chute, soco, mordida de cachorro, patada de cachorro, coice de cavalo etc.)
- região sem proteção: é uma região do corpo que não tem proteção e é frágil e vulnerável... convidativa a golpes.
Tudo isso expõe a vulnerabilidade masculina, causando a possibilidade não apenas de ataque físico, mas também emocional, com possibilidade de balançar a relação de poder, na tentativa de destituir o macho do lugar de poder.
Com isso, um fato social curioso é que os machos, assim que aprendem a dor do saco, duas coisas começam a acontecer na vida deles: 1- proteger o saco a todo custo ou atacar o saco de outro macho. Isso aparece nas casas quando os filhos homens atacam os pais nas bolas do saco durante uma fase da infância, ou seja os filhos homens começam a treinar o golpe no saco em casa com outro macho. Quando há outros machos, isso também acontece com irmão, primo, e se estende para a escola com os colegas.
As mulheres e meninas também começam a usar essa técnica quando experienciam isso em situações sociais ou quando são ensinadas em curso e tendem a achar engraçada a reação do macho ao ser golpeado nas bolas do saco.
Monges utilizam golpes repetidos nas bolas do saco para aumentar a resistência à dor. Praticam isso com frequência e intensidades diferentes.
Há muitos outros elementos que se pode atrelar aqui nesta discussão. Assim, acho que há elementos culturais sim aí na prática do golpe no saco dos machos.
Muito interessante
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